Sinto que a minha escrita atravessa uma fase de mutação, bastante abrupta e contrastante. Tal pode dever-se às novas influências que me entraram, pode dever-se à maturação/imaturação, etc. Sinto-me por isso disperso, irresoluto, aberto e frágil, inseguro.
Há duas abordagens que se reconduzem a duas dúvidas semelhantes: primeiro, posso deixar-me influenciar por novas e díspares correntes estéticas, o que conduz à dúvida da minha adequação; segundo, posso parar, não ler, ler-me apenas, virar-me para mim e ecoar-me no encalço de um místico progresso, mas essa construção de um mundo fechado, e por isso não relativizado, reconduz à dúvida de quem se pensa sofisticar com o seu próprio eco. É sempre a necessidade de pensar holisticamente na estética, permanecendo na fronteira tensa entre o olhar em volta e o olhar para dentro.