Fomos ver o filme Oito Montanhas, baseado num livro do escritor italiano Paolo Cognetti. Tentei pensar no que dizer, mas as palavras ficaram lá em cima, no refúgio subterrado do pensamento.
26 de abril de 2023
1 de abril de 2023
R. Barthes, a propósito do seu teatro contemporâneo sumariza que o estilo é uma técnica de evasão. E é quase inevitável a pouco obrigatória analogia com a própria humanidade (com o ser humano, especificamente), que é feita de corpo e de espírito. O corpo pode ser fachada, mas nunca humilde ou honesto quando nele não transpira a verdade do que contém. Tenho assistido com cada vez mais clareza a facilidade (e a imperatividade) com que alguém pode migrar de um corpo para outro. Claro, os mais cuidadosos tecem esmeradas justificações ao abandono da antiga carcaça, ou para se eximirem de culpas e abrir espaço ao recálculo da sua situação. Se se pode pensar num modo não-sistémico, a validação dos outros acaba por ser secundária face ao desejo de harmonia interior-exterior, a uma paz consigo mesmo.
Por
Luís Fausto
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