«Lamento tão pouco livro para tanto tempo» — li assim a dedicatória mais ou menos ilegível de uma coletânea do Eugénio de Andrade oferecida a Herberto Helder, em depósito na Biblioteca Palácio de Galveias. Os manuscritos têm essa qualidade enfabuladora do mistério, como se uns quantos caracteres crípticos contivessem a largura do universo. A incorreção da leitura, porém, não lhes retira beleza.