Biblioteca. Ainda Vergílio. Ler é impossível sem poder estancar as torrentes de palavras que se vão sucedendo. E fico assim sentado a olhar para elas por dentro de fora para dentro por fora, à procura do seu sentido máximo, do seu ponto último. Deixo-me cair em tentação de não ler uma frase naquele impossível sem tempo que convém à descoberta de todas todas as possibilidades. Infelizmente a leitura é o acto excelente de perpétuo avanço, de efemeridades, do correrio louco de chegar ao ponto mais final que, por ser o último, ilude-nos com a satisfação de que tudo já possa estar escrito e lido.
Resumindo: obedeço assim a um simples aforismo: verdade e sentido são realidades absolutamente diferentes.