Feira do livro no palácio de cristal. Encontrei edições gastas, e destituídas a cinco euros, do Em Nome da Terra do Vergílio Ferreira. O mercado livreiro diz que este exemplar vale menos porque já não lhe está fresca a memória do prelo e porque já foi gasto por outros olhos. Mas alegra-me que, apesar dessa triste lei mercantil, todas estas sequências de palavras ainda coincidam com aquelas escritas por Vergílio e que, por segunda coincidência, seja apenas isso que eu dele deseje. A arqueologia de um livro revelar-nos-ia a sua verdadeira vida, na estrita literatura, sob a fisicalidade da casca editorial.